quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Enéias Xavier - O Peregrino (2008)



Um dos mais requisitados contrabaixistas de Belo Horizonte, Enéias Xavier acaba de lançar seu segundo disco solo. O Pe­regrino é resultado de gravações realizadas entre julho e dezembro do ano passado na capital mineira. O músico se cercou de figurinhas carimbadas da cena musical da cidade, co­mo o baterista André "Limão" Queiroz, o guitarrista Beto Lo­pes, o tecladista Ricardo Fiúza e o saxofonista Chico Amaral, para registrar 11 novos temas, mais ligados ao jazz norte-americano - sua principal referência - do que antes. "No meu primeiro disco, Jamba, tive influência muito grande de quem trabalhava comigo na época, como Nenê, Arismar do Espírito Santo e Vinicius Dorin", conta Enéias Xavier. "Minha composição tinha uma pitada mineira, mas voltada para a música instrumental brasileira, mostrando todos os ritmos.
nada
"Agora, não. Sempre gostei de groove e fui influenciado pela música dos negros que tocam funk e pelo jazz. O jazz sempre foi minha base de inspiração. No mo­mento, estou tocando mais as coisas que gosto." Mesmo assim, é no melhor estilo jazz mineiro que O Peregrino começa: Enéias, Limão, Beto e Ricardo recebem Toni­nho Horta em Boneca de Pano, música bela e suave, marca­da pela emblemática harmonia mineira e pelos típicos vocalises do convidado veterano. ''Toninho é um craque, dá força para todo mundo. Gosta de ajudar o músico mineiro, principalmente. É um gênio, e sempre traz coisas novas. Quero sempre poder contar com ele", elogia o baixista.
nada
Seguem-se composições que remetem claramente a influências centrais do jazz, como o grupo Weather Report e Jaco Pastorius, sem dúvida um dos baixistas mais importantes da história. Não por acaso está lá uma música intitulada Pastorius, que Xavier classifica como a mais cerebral do disco: "Costurei vários trechinhos de frases e solos dele". Já Fender e Brecker lembram de certa forma a sonoridade do Weather Report, ainda que a segunda tenha sido escrita por Enéias Xavier tendo em mente a mú­sica de Michael Brecker.
nada
Mas há também espaço para referências brasileiras no álbum, como prova Samba do Bebê, cheia de suingue e arrematada com arranjos de metais feitos por Chico Amaral. Enéias Xavier também reservou espaço para mostrar outro traço importante de sua formação: a música da Igreja Batista. E quando acompanha a cantora Ana Paula Valadão Bessa na única canção do trabalho, Olho para ti. "Não posso deixar de passar a mensagem em que acredito. Assim como alguém coloca um canto de candomblé num disco, eu coloco esse canto. Acho que isso trará coisas boas para quem ouvir", explica.
nada
"A intenção desse disco é tocar as pessoas, e não só os músicos, mas sem perder a sofisticação, característica da qual não abro mão. O som ficou mais acessível que o do Jamba", avalia Enéias Xavier. (...) "É sempre um desafio lançar um disco. Com o anterior não tive grandes pretensões, e acabou rendendo bem mais do que imaginei. Nelson Ayres disse que O Peregrino era o disco que ele gostaria de ter gravado."
nada
Eduardo Tristão Girão, jornal Estado de Minas
nada
nada
1- Boneca de Pano
2- Brecker
3- Fender
4- Samba do Bebê
5- Jamaica
6- Mariana
7- Olho pra ti
8- Pastorius
9- Mario Bros
10- Dean BR
11- Reunião
12- Esperança da Glória

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