quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Chico Batera - Lume (2006)




Há 28 anos ele é conhecido como o percussionista oficial de Chico Buarque. Não é pouco, mas está longe de ser tudo. Iniciado no mundo rítmico através da bateria da escola de samba Império Serrano, no bairro de Madureira, onde nasceu, Chico Batera já emprestou seu couro a tantas dezenas de figuras mitológicas da música internacional – de Ella Fitzgerald a The Doors, de Frank Sinatra a João Gilberto – que ele próprio tornou-se um mito da percussão e, por que não?, da música brasileira no mundo.
nada
Com 41 anos de carreira, iniciada em 1965, acompanhando o grupo de Sérgio Mendes, Chico Batera lança Lume, seu sexto trabalho solo, via Biscoito Fino. Solo, claro, é maneira de dizer. Um percussionista nunca está completamente só, pois o ritmo, em música, pressupõe congregação e generosidade. Acompanhado de Kiko Continentino (piano) e Luiz Alves (baixo), com participações de Marcos Nimrichter (acordeom) e do xará de olhos ardósia – sim, Chico Buarque empresta sua voz à Iracema voou, que juntamente com temas de Antônio Carlos Jobim, André Victor Corrêa, além de composições do próprio Batera e de Continentino, constituem o repertório deste disco.
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O Lume de Batera acende incursões rítmicas e melódicas – Chico executa a bateria e o vibrafone ao longo de todo o CD – pelo samba e o choro com elementos do jazz e da música latina. Logo na abertura, um dos temas mais tradicionais do repertório do choro, André do Sapato Novo, é recriado com pegada de samba e ambientação jazzística. A referência se estende a duas composições nada óbvias do vasto repertório de Jobim: Quebra-pedra e Mojave, dialogando de maneira vigorosa com o baião e o jazz.
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Samba e Amor, de Chico Buarque, adquire atmosfera cool a partir do solo de vibrafone, remetendo aos grandes momentos do Modern Jazz Quartet. Na segunda parte, o andamento acelera feito a "correria da cidade" descrita na letra original de Buarque, para logo regressar à languidez compassada, ideal de embalar amantes no lume das manhãs e das madrugadas. Iracema voou conta com a voz de Chico Buarque como um elemento a mais na seara instrumental, a melancolia da personagem ilustrada pelo acordeom jazz-portenho de Nimrichter.
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O pianista Kiko Continentino contribui com dois temas de sua autoria: o samba-groove No Sapato, com direito a solo de contrabaixo com arco, de Luiz Alves, e o samba-jazz Pulando a Cerca. O próprio Batera apresenta temas de sua lavra: o samba-choro Acaba logo com esse Choro, com solos de acordeom, piano e vibrafone; o sambalada Afinidades e o sambolero Teia II. O álbum foi gravado nos estúdios Castelo, em Niterói, e Biscoito Fino, no Rio.
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fonte: Biscoito Fino
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1- André do Sapato Novo
2- Quebra-pedra
3- Mojave
4- No Sapato
5- Samba e Amor
6- Acaba logo com esse Choro
7- Iracema voou
8- Pulando a Cerca
9- Afinidade
10- Teia II
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